Discursos de Formatura

 

 

 

Estes são discursos de formatura proferidos por diversas pessoas em diversas ocasiões.
Aproveite as idéias e crie um discurso que se encaixe no contexto de sua formatura!

Discurso de Fernando Henrique



 

 

Discursos proferidos pelo Senhor Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso por ocasião da cerimônia de formatura das turmas "Florestan Fernandes" do Instituto Rio Branco

Senhoras e Senhores,

É sempre com genuína satisfação que retorno a esta Casa, que tive o privilégio de dirigir como Chanceler e de cuja competência e dedicação ao Brasil continuo tendo seguidas provas como Presidente da República.

Caros Formandos,

Vocês ingressam na carreira diplomática em um momento muito especial, que se projeta como verdadeiro ponto de inflexão na história do país e da Humanidade. Um momento em que a velocidade vertiginosa do progresso técnico e tecnológico é acompanhada por irreversível processo de globalização econômica. Como pano de fundo, há uma nova realidade política mundial, que se vem desenhando a partir do fim da confrontação ideológica.

Tirando conclusões equivocadas dessa nova realidade, surgem algumas vozes pregando a existência de uma "crise da diplomacia", atividade que tenderia a tornar-se obsoleta nesta era da "revolução da informação".

Nada mais distante da verdade.

É fato que estes novos tempos trazem desafios adicionais e implicam, forçosamente, novas demandas em termos de atuação externa. Reforça-se, por conseguinte, a necessidade de atualização e reaparelhamento da Chancelaria e da própria carreira diplomática. E sei que o Ministro Lampreia está pessoalmente engajado em levar adiante as reformas requeridas.

São tempos de diplomacia pública; tempos de universalização econômica e de grandes temas globais, como a proteção ao meio ambiente e aos direitos humanos; tempos de grandes movimentações transfronteiriças de pessoas, bens e capitais; tempos, enfim, da informação imediata, em tempo real, sobre os principais acontecimentos mundiais.

O trabalho da Chancelaria, essencial na execução da política externa, torna-se mais complexo, com a constante incorporação de novos interlocutores e o fortalecimento de novos agentes que atuam no plano internacional, como organizações não-governamentais e empresas transnacionais.

As unidades da Federação e os municípios assumem papel mais ativo na esfera internacional. E isto é positivo.

São cada vez mais freqüentes os contatos diretos entre Chefes de Estado. Na consolidação do MERCOSUL, por exemplo, o relacionamento pessoal e franco que se estabeleceu entre os Presidentes tem contribuído para a agilização do processo e a superação de dificuldades tópicas.

Em nada, porém, essas circunstâncias diminuem a importância da atuação diplomática. Ao contrário, reforçam-na. Oportunidades e perspectivas ampliadas para a inserção internacional do Brasil abrem-se em função da nova realidade que se desenha nos planos nacional e global.

Surgem, para o país, novas e claras prioridades, como a integração sub-regional no âmbito do MERCOSUL e o fortalecimento da assistência consular aos crescentes fluxos de turistas e emigrantes brasileiros residentes no Estrangeiro. Reforça-se o compromisso com o desarmamento e a não-proliferação de armas de destruição em massa. Amplia-se o debate, que nos interessa e que seguimos de perto, sobre a reforma do sistema das Nações Unidas. Definem-se parcerias de grande importância.

O aperfeiçoamento da competitividade no plano econômico-comercial adquire mais e mais relevância, ao mesmo tempo em que o poder nacional passa, em grande medida, pela capacitação tecnológica e pela capacidade de processamento da informação.

Mais do que nunca, se exigirá dos diplomatas brasileiros que façam uso da visão ampla e articulada que possuem dos interesses nacionais no plano externo.

A chamados como esse, no passado distante e recente, esta Casa de Rio Branco respondeu invariavelmente com afinco, dedicação e espírito público. São essas as mesmas qualidades com as quais enfrenta, agora, os novos desafios de um mundo em transição.

Senhoras e Senhores,

Caros Formandos,

É sabido que o processo de globalização, que vem gerando riquezas como jamais se viu em época anterior do desenvolvimento humano, traz também um elemento de exacerbação da competitividade, em vários níveis.

Isso não transforma as relações internacionais em um jogo de soma zero, uma vez que não é preciso que o progresso de uns se dê necessariamente em detrimento dos demais. Mas aumenta os riscos de exclusão daqueles que não são capazes de integrar-se nos fluxos internacionais e reforça a constatação de que sem estabilidade interna - política, econômica e social - um país não pode aspirar a uma projeção internacional positiva.

Em relações internacionais não há - não pode haver - passes de mágica ou exercícios de ilusionismo. O país real estabelece os limites e as possibilidades da atuação externa. Procurar dissociar a dimensão externa da interna é artificial, ilusório e contraproducente.

Não há diplomacia, por eficiente que seja, que possa mascarar um país que se recuse a encarar de frente seus problemas e a assumir, com transparência, as medidas necessárias para sua superação.

Se a diplomacia brasileira pode hoje apresentar um amplo inventário positivo de realizações, é porque o país efetivamente evoluiu, muito e em muitos aspectos.

Se podemos constatar que há uma melhor imagem do Brasil no exterior - como venho tendo a oportunidade de fazer diretamente em minhas viagens - e se é evidente um maior interesse internacional pelo país, devemos isso aos avanços concretos já logrados em termos de aperfeiçoamento institucional e de estabilidade econômica. Devemos isso, em primeiro lugar, à consolidação da democracia, que a seu turno permitiu a concepção, a implantação e o êxito do Plano Real.

Quando falo de um maior interesse internacional pelo Brasil, quero deixar claro que não se trata apenas de uma curiosidade teórica. A cada semana, tenho recebido grande número de empresários de várias partes do mundo, que vêm anunciar importantes investimentos produtivos no país.

Caberá a vocês, jovens diplomatas que hoje se formam, juntar-se à equipe comandada pelo Ministro Lampreia na representação desse novo país: de um Brasil que busca ativamente, com realismo e responsabilidade, uma presença internacional compatível com suas dimensões objetivas e com seu progresso recente; um Brasil ciente de suas dificuldades e do muito que ainda tem a avançar, mas ciente também de sua grandeza; um Brasil sem veleidades de poder mas também sem complexos ou inibições injustificadas.

Este novo Brasil não pode, em absoluto, admitir a recorrência de fatos como o massacre repugnante de duas semanas atrás em Eldorado dos Carajás.

Como disse mais de uma vez, este tipo de acontecimento coloca o Brasil na contramão da História. Constrange o país, o Presidente e todos aqueles realmente engajados em criar uma nação melhor, com maior justiça social.

O Brasil é respeitado, externamente, por sua sólida tradição de apego à paz e de repúdio à guerra e à violência.

Não podemos aceitar, em nenhuma hipótese, que a paz e a primazia do diálogo - princípios básicos de nossa atuação externa - pareçam objetivos inatingíveis no plano interno.

É chegada a hora de que cesse o desrespeito aos excluídos. É chegada a hora de tornar o Brasil um país mais justo !

E este país mais justo, e mais solidário, não é apenas desejável. É também possível. Mas sua realização não é, jamais poderá ser, a obra de um homem só, ou de um único Poder da República. É imprescindível continuar a ter o apoio e o comprometimento do Congresso Nacional e do Poder Judiciário, bem como dos estados e dos municípios. Do governo, enfim, em todas as suas esferas e níveis. É essencial o engajamento de toda a sociedade e de cada cidadão individualmente.

Daí a urgência em levar adiante as reformas estruturais que irão erguer o Brasil, todo ele e não apenas setores ou áreas privilegiadas, a um novo patamar de desenvolvimento e de justiça, consolidando as conquistas econômicas e avançando com determinação e seriedade na área social.

Meus caros Formandos,

Sinto-me pessoalmente honrado, e comovido, pelo fato de terem vocês eleito como Patrono a Florestan Fernandes, mestre e amigo cuja ausência muito tenho sentido.

Intelectual brilhante, educador inigualável e referência obrigatória dentro da moderna sociologia nacional, esse grande brasileiro legou-nos lições que devem servir de inspiração a todos: uma trajetória política marcada pela retidão mais absoluta, a denúncia corajosa das desigualdades e a coerência de toda uma vida de luta por um Brasil mais justo.

É sintomático, e por todos os títulos alvissareiro, que a cerimônia de hoje apresente como paraninfas duas professoras do curso de Leituras Brasileiras.

Esse curso foi criado durante minha gestão no Itamaraty, e nele tive o prazer de dar a aula inaugural, falando sobre as obras de Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior.

O conhecimento profundo do próprio país é matéria básica e insubstituível para o bom desempenho, pelo diplomata brasileiro, das importantes funções que lhe são exigidas. Aonde quer que estejam, para valer-me do moto de Rio Branco, a memória da pátria deve indicar-lhes o caminho a seguir.

Senhoras e Senhores,

Caros Formandos,

Assim como no ano passado - sesquicentenário do nascimento do Barão do Rio Branco - a celebração do Dia do Diplomata reveste-se neste ano de significado especial. É que, juntamente com a formatura de duas novas turmas de alunos do Instituto Rio Branco, comemoram-se os cinqüenta anos da criação do Curso de Preparação à Carreira de Diplomata, verdadeiro marco na história do Serviço Público brasileiro.

Digo isso com a experiência de quem vivenciou de perto o funcionamento do Itamaraty. Sinto-me, assim, muito à vontade ao reconhecer publicamente a importância, para o Brasil, de contar com uma classe de funcionários que integram uma real carreira de Estado, pautada pelo mérito profissional, pela preocupação da evolução constante e pelo sentido do serviço público em sua acepção mais nobre.

A vocês que hoje se formam, caberá a honra, mas também a responsabilidade, de fazer parte de uma classe de servidores que sempre se caracterizou pela defesa intransigente dos interesses mais altos do país, de integrar uma Casa que se pode orgulhar de uma inabalável tradição de bons serviços prestados à nação brasileira.

Fonte e guardiã de um inestimável patrimônio diplomático, esta Casa é hoje conduzida com firmeza pelo Ministro Luiz Felipe Lampreia, a quem quero expressar de público meu reconhecimento e gratidão.

O Itamaraty é um modelo, um exemplo a ser seguido. No Brasil melhor que procuramos construir, não deveria haver mais lugar para o corporativismo pequeno e pernicioso, alheio ao interesse comum e voltado unicamente para seus próprios objetivos, muitas vezes em detrimento do futuro do país.

Caros Formandos,

O país avança na rumo certo, e com o concurso de todos seguirá a avançar. Será melhor, mais justo e mais igualitário o Brasil que vocês representarão. Disso tenho certeza.

Muito obrigado.

Fonte:http://www2.mre.gov.br/irbr/IRBR/EC/presform.htm


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