Dia 20 de dezembro de 1993; para muitos esta data pode estar perdida na memória, mas, quem sabe ao dizer que neste dia iniciava mais um vestibular na Universidade Federal do Paraná, algumas lembranças possam vir à tona.
Foram quatro dias de ansiedade e angústia, não só para milhares de candidatos que depositavam naquelas provas a esperança de decidir o seu futuro profissional, mas também para pais, familiares e amigos que, juntos, formavam uma grande torcida. Enfim acabou. Agora só nos restava a tarefa de aguardar o tão esperado resultado que sairiam algum tempo depois.
Pareceu uma eternidade, mas depois de 29 longos dias; mais nervosismo e muita adrenalina. Para saber o resultado, outra maratona. Valeu a disputa por um jornal que caía de um palanque promocional como se fosse o mais precioso tesouro; correr de casa até a reitoria, fugindo do engarrafamento; apelar para aquele rádio de pilha com som de lata e até chegar ao ponto de dar uma de antena se mexendo pra lá e pra cá, para melhorar a sintonia do rádio que, no litoral, bem naquele dia, parecia ser quase impossível. Mas veio a recompensa, quem não lembra da emoção de poder gritar: Passei!!!
Passada a euforia, agora sentíamos um grande medo do desconhecido. - Como será a vida de um universitário? - Será que vou me sair bem?
Enfim chegou a hora: primeiro dia de aula!!!
Tínhamos nas mãos apenas um horário que até então parecia ser um enigma indecifrável pelos seus BA 007 - CP, HC 001 - DPII, MN 033 SD/S; ah!!!
- Por favor, você pode me dizer onde fica o anfiteatro 12?
Com o passar dos dias, começamos a entrar em contato com os conhecimentos básicos do curso: Citologia, Bioquímica, Sociologia, Psicologia, Enfermagem como Profissão, dentre outras, e a tão esperada e temia Anatomia e seus cadáveres. Quem não lembra da expectativa, antes de entrar pela primeira vez no laboratório de prática? Alguns tinham em mãos um "kit" contendo luvas, máscaras, água, vick e outras coisinhas, para enfrentar a única certeza da vida que é a morte.
(Autor Desconhecido)
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