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Mensagens: 56
Enviada: 10/8/2004 11:25       Assunto:Discurso de Formatura 3

Formatura da oitava série do Colégio Veritas - 1995

Discurso de Luiz A. G. Cancello,

pai do aluno Theo de Sá G. Cancello


Caros amigos:


É uma grande honra ter sido escolhido para fazer este discurso.

Vocês se formam, hoje no ciclo básico da escolaridade. Sabemos que, no Brasil, apenas 32,21% dos alunos completam o primeiro grau em oito anos. Isto já coloca vocês num lugar privilegiado dentro da estrutura social do país, coisa que nos alegra como pais e nos entristece como cidadãos. Perguntamos: que responsabilidade tudo isso nos traz?

Será que temos de nos conformar com o individualismo, e achar que nada temos a ver com essa grande maioria de jovens que não podem estudar e, por conseqüencia, ter uma vida digna? Podemos ser totalmente felizes, sabendo da infelicidade dos nossos semelhantes? Lembremos que eles nada fizeram para merecer isso, apenas não tiveram a sorte de vocês, que têm pais que podem pagar uma boa escola. Mas será que eles são tão distantes assim do nosso mundo?

Não, eles estão muito próximos de nós. Olhemos, por um instante, para esta sala e para os objetos espalhados nela. Esta mesa, por exemplo. Para ela chegar aqui, foi preciso o trabalho do lenhador que cortou a árvore, a habilidade do pessoal da serraria, que fez as tábuas, o serviço dos empregados da fundição que fabricou os pregos, o conhecimento dos operários que fizeram a cola, o trabalho dos marceneiros da fábrica de móveis, e tantos outros. Isto sem citar os homens da empresa de mudanças, os funcionários da ELETROPAULO que cuidaram da energia necessária para que as máquinas da marcenaria funcionassem, os empregados do escritório que emitiu a nota fiscal, o japonês que montou o computador que imprimiu a nota...

Ora, estávamos procurando nossos jovens desfavorecidos e encontramos um japonês. O mundo está, mesmo, cada vez menor. Mas relacionamos somente uma pequena parte das pessoas que foram necessárias para que a nossa presença aqui fosse possível. Tem muito mais gente: o pessoal da maternidade onde vocês nasceram, as babás, os médicos, os operários das fábricas de brinquedos, seus professores, os funcionário da escola, etc, etc.

Caramba, é tanta gente que até parece o mundo inteiro. É isso mesmo: cada coisa que usamos ou fazemos, tudo o que temos e conseguimos, tem a ver com uma multidão. Uma grande parte de toda essa turma não teve a oportunidade de estudar, mas trabalhou para que possamos estar hoje nesta formatura. De certa forma, eles também estão aqui conosco. Por incrível que pareça, são tantos e cabem nesta sala. São os nossos irmãos anônimos. Cabem também no nosso coração.

Para quê, afinal, estudamos? Para um dia ganharmos a vida, é claro. Para criarmos nosso filhos, sem dúvida, e esta festa é uma mostra de que nós, os pais, estamos nos esforçando para cumprir essa missão. Mas também para contribuirmos, com a nossa parte e junto com os outros, para o desenvolvimento do Brasil e da humanidade. Uma parte desse trabalho é lutar para que um número cada vez maior dos nossos jovens possa estudar como vocês. Nesse esforço formamos uma grande família.

Tenho certeza de que vocês vão fazer a parte que lhes cabe na imensa tarefa de construir o futuro do país e do mundo. Lembrem-se de que nunca estarão sós. Já disse um filósofo romano: "Nada do que é humano me é alheio" Mas foi um artista brasileiro, o nosso inesquecível Antonio Carlos Jobim, quem colocou na música uma frase da qual não devemos nos esquecer: "Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho".


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