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Isenção na Fuvest não amplia ingresso de alunos de baixa renda |
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23/05/2006 |
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
No último vestibular da Fuvest, quantidade não significou qualidade: enquanto o número de candidatos isentos da taxa de inscrição aumentou 12%, esses alunos permaneceram no patamar de 6% do total de aprovados. Em números absolutos, foram convocados 950 dos estudantes beneficiados.
As isenções são dadas a candidatos de baixa renda, em geral, provenientes das escolas públicas. O benefício vem sendo uma das principais medidas para promover inclusão social na USP, cujo processo seletivo é aplicado pela Fuvest.
Hoje, a universidade vota um projeto específico sobre o tema, que inclui até bônus para estudantes da rede pública.
"Tudo indica que esses novos candidatos isentos não estão preparados para o exame", afirmou Roberto Costa, um dos coordenadores da prova.
No último processo seletivo, 47 mil dos 170 mil candidatos inscritos fizeram o exame com isenção da taxa. Em 2005, foram 39,5 mil beneficiados. O número de vagas oferecidas aumentou 3% no mesmo período.
Apesar do crescimento no número de isentos, sobraram 18 mil benefícios. A taxa custava R$ 105, incluindo o manual do candidato. Devido a essa diferença, a Fuvest decidiu manter, sem ampliar, o número de isenções para o próximo exame, para ingresso em 2007.
Os critérios para os candidatos obterem a isenção ainda não foram divulgados.
O coordenador da ONG Educafro, frei David Santos, diz que não houve melhora no desempenho dos isentos pois a Fuvest tornou "propositadamente" mais difícil a última prova.
"Fico me perguntando se não há uma máfia com os cursinhos particulares, que exploram comercialmente os índices de aprovação", disse Santos.
O coordenador do MSU (Movimento dos Sem Universidade), Sérgio Custódio, concorda que o nível do vestibular dificulta o acesso de candidatos de baixa renda. A Fuvest afirma que a oscilação na dificuldade no exame não é proposital.
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