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Vestibulandos descontam a ansiedade na comida

20/06/2006 

CONSTANÇA TATSCH
da Folha de S.Paulo

A vestibulanda Paula Corrêa Cortado, 18, enfrenta dois desafios neste ano. O primeiro é conseguir ser aprovada no curso de direito. O segundo é resistir às tentações gastronômicas e não ganhar muito peso.

Assim como ela, muitos estudantes estão percebendo que o ano de vestibular pode engordar em razão da alimentação desregrada, da diminuição da atividade física e, principalmente, da ansiedade. No Orkut, a comunidade "Vestibular me deixou Gordinho" conta com mais de 1.300 integrantes.

Na cantina do cursinho, coxinhas e croissants. Durante as aulas, balas e chicletes. A cada intervalo, colegas vendendo brigadeiros ou trufas feitos em casa. Duas vezes por semana, a feira e seus pastéis. Na hora do almoço, fast-food. E ainda tem a tarde inteira... Com tanta oferta, Paula realmente precisa se esforçar para não comer demais, ou de forma errada.

"Acho que vai ser inevitável dar uma engordadinha. Estou desesperada, já fui gordinha e sei como é ruim. O problema é que eu estou ansiosa, não consigo parar de comer", conta. Paula ganhou dois quilos e meio desde março, mas já procurou uma nutricionista para controlar a situação.

Segundo especialistas, é comum o vestibulando engordar principalmente porque desconta o nervosismo na comida. Paula explica como isso acontece: "Se tem aquele exercício que você não consegue fazer, dá vontade de rasgar a página, aí você vai comer e desconta sua raiva. Desestressa comendo".

Fábio Salzano, do Ambulatório de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, afirma que "nessa situação é difícil resistir". "Com a ansiedade, o estresse aumenta a fome, dá voracidade pela comida. As pessoas perdem o controle e atacam esses alimentos --que podem até ser mais saborosos, mas são mais gordurosos."

O psiquiatra desestimula a idéia de "descontar na comida". "Não adianta querer neutralizar ansiedade com alimentos porque não vai funcionar. E, em um prazo mais longo, você ganha peso, piora a auto-estima e atrapalha seu caminho."

Caso seja inevitável ganhar alguns quilinhos, o negócio é buscar a antiga forma no próximo ano, de preferência, já na faculdade. Bruna Uglik Garbui, 18, que está cursando odontologia na USP, decidiu iniciar nova fase com tudo em ordem. "Não queria entrar na faculdade feia, gordinha. Pensava: tenho que estar bonita, vou conhecer um monte de gente nova. Antes de começar as aulas já tinha emagrecido, fiz um regime, só para controlar. Voltei ao que era."

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