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Aventura é parte da vida de geólogo

17/10/2006 

da Folha de S.Paulo

Embrenhar-se no interior do Brasil em busca de um solo rico em minérios ou viável para a produção de petróleo tem algo das aventuras de Indiana Jones, o famoso personagem dos filmes. Mas é a atividade do geólogo, que vai ter de acampar em lugares distantes, conhecer populações diferentes e lidar com a solidão da vida de pesquisador.

De cara, quem opta por essa formação vai ter de se dedicar aos trabalhos de campo --na USP, já no primeiro ano, eles são oito. E quem escolhe o curso afirma que a falta de rotina é um dos pontos altos da opção.

"Trabalhei com eletrônica durante três anos consertando celulares. Como eu sempre gostei de viajar, mudei de idéia e escolhi a geologia", conta Fernando Valarelli Menezes, 25. Antes de assinalar o curso na ficha de inscrição do vestibular, o jovem visitou o Instituto de Geociências (IGc) da USP, se informou e, logo depois dos exames, já era aluno. "Foi amor à primeira vista", brinca.

Hoje, no final do segundo ano, ele faz parte da empresa júnior da faculdade --onde ministrou palestras sobre a carreira. Apesar de "ter se encontrado" na geologia, como ele mesmo diz, Fernando não esconde que o primeiro ano do curso é árduo. "Tem bastante exatas, física, química, cálculo. Foi meio sofrido, mas como conhecia o que vinha depois, enfrentei. O segundo ano é outra coisa, é prazeroso estudar."

"Diria que a química é a primeira ciência mais importante no curso, depois a física e a matemática. Temos laboratórios geoquímicos para entender a composição dos materiais", explica o diretor do Instituto de Geociências da UnB, Paulo Meneses. "Também temos muitos instrumentos para medir profundidade, que necessitam de conhecimento físico. A matemática é usada porque é preciso entender os gráficos."

Mas, no segundo ano, com a base adquirida, o estudante vai enfrentar mais e mais pesquisas em campo. "O curso é muito caro por causa disso. Envolve laboratórios, muito material. E não dá para ensinar na sala de aula, então, o próprio curso custeia as viagens", explica o professor da USP Paulo Boggiani. "Ao final dos cinco anos, são quase cem dias em atividade de campo."

Talvez seja pelo alto custo que, segundo o Ministério da Educação, apenas 19 cursos estejam catalogados por todo o país. A maioria, em instituições públicas.

O objeto de estudo do geólogo abrange toda a formação do globo terrestre. Pontos fortes são o conhecimento das rochas para mineração, obtenção de petróleo, estudo de fósseis ou a busca por água em aqüíferos subterrâneos (como o Guarani, uma das maiores reservas de água subterrânea que, em grande parte, está no Brasil).

O geólogo pode trabalhar também com um foco mais social, na análise da ocupação de encostas com o perigo de deslizamentos. Pode ainda monitorar terremotos. Com o crescimento da indústria de petróleo do país, afirmam os especialistas, a profissão está valorizada e há emprego para quem tem uma formação sólida. Além disso, com os problemas ambientais como a contaminação de água, a carreira vem ganhando espaço.

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