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Greve de docentes na Universidade Estadual do CE completa 140 dias

25/10/2006 

KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

O primeiro semestre letivo dos cursos de graduação da UECE (Universidade Estadual do Ceará) ainda não terminou por causa de uma greve geral dos docentes que completa 140 dias nesta quarta-feira, uma das mais longas na história das universidades públicas do país.

As negociações entre docentes e o governo do Estado chegaram a um impasse, devido às eleições e à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Os professores exigem que o governo inclua no orçamento do próximo ano um reajuste que seria gerado pela aprovação de um plano de cargos e carreiras, que precisa tramitar na Assembléia Legislativa.

Derrotado na última eleição, o governador Lúcio Alcântara (PSDB) diz que nada mais pode fazer, pois a LRF não permite que um governo deixe despesas para o sucessor. Não há uma reação do governo sequer para buscar a Justiça e questionar a legalidade da greve.

A reitoria da UECE chegou a fazer um novo calendário letivo, prevendo o término do primeiro semestre de 2006 ainda neste ano e o início do segundo semestre em dezembro, mas os grevistas não o acataram. As aulas, por esse novo calendário, deveriam ter recomeçado na segunda-feira (23).

O vestibular para o primeiro semestre de 2007 ainda está mantido, sem expectativa de quando essas aulas deverão começar.

Segundo Eudes Baima, do Sinduece (sindicato dos docentes), os grevistas querem um entendimento entre o atual governo e o próximo, de Cid Gomes (PSB), para poder viabilizar a reivindicação.

O interlocutor dos docentes é o vice-governador eleito Francisco Pinheiro (PT), que deve compor a equipe de transição do novo governo.

O impasse é reforçado pela posição de Lúcio, que afirmou, logo após sua derrota, que não vê necessidade em promover uma transição e que não aceitará governo paralelo até o fim de seu mandato, em 31 de dezembro.

Além dos professores da UECE, também estão parados, mas por um tempo menor, parte dos docentes da UVA (Universidade Vale do Acaraú) e da Urca (Universidade Regional do Cariri), também estaduais.

Com a paralisação, estudantes do curso de veterinária da UECE, que estavam para se formar, entraram na Justiça para garantir a colação de grau. Na decisão, favorável aos estudantes, o juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública concluiu que a greve como um todo é irregular, mas a liminar não serviu para o retorno às aulas.

Nesta quarta, deve haver mais uma assembléia dos professores grevistas, e, na próxima semana, uma audiência pública para discutir a situação da greve. A UECE tem cerca de mil professores e 18 mil alunos. O salário-base de um professor em início de carreira é de R$ 810; e o de um professor-doutor, R$ 2.000.

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