“Há muita diferença entre o que se pensa e o que se faz nas relações sociais no Brasil.” Com esta definição, a historiadora Vanda Machado demonstra a necessidade de mudanças no ensino da história brasileira. “Precisamos deixar de fazer uma história de datas e fatos para ensinar uma história de possibilidades para o aluno conhecer as características do povo brasileiro”, disse Vanda, integrante do grupo de trabalho para a inserção curricular das diretrizes nacionais para a educação nas relações étnico-raciais.
O grupo foi criado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), que está elaborando material para auxiliar os professores a trabalharem a diversidade étnico-racial na sala de aula. O manual conterá propostas de atividades, textos, jogos e trabalhos para todos os níveis de aprendizagem, do ensino infantil à licenciatura.
Segundo Eduardo Davi de Oliveira, integrante do grupo, a idéia é materializar a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e as diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC) para a educação nas relações étnico-raciais. “É importante criar fundamentos de apoio para os professores colocarem em prática a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas do país”, explicou. O material deve ser publicado em maio.
Preocupação – Para a professora Rosa Margarida Rocha, a equipe responsável pela elaboração do manual está preocupada em ampliar o conceito de democratização no Brasil. “Queremos que a educação repense seus métodos e atividades sobre a cultura afro-brasileira para então ajudar o Brasil a assumir sua verdadeira identidade”, afirmou.
Repórter: Flavia Nery
