A partir de hoje, 14, os alunos que desejarem concorrer a uma das bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) destinadas às cotas, mas que não são alunos afrodescendentes e indígenas, podem se inscrever.
O sistema funcionará como uma lista de espera, onde o aluno inscrito somente concorrerá às vagas após o preenchimento das mesmas pelos candidatos das cotas.
Com apenas 120 dias de existência, o Programa Universidade para Todos (ProUni) já garantiu 96 mil novas vagas nas universidades brasileiras para estudantes de baixa e baixíssima renda, para afrodescendentes e indígenas. Esse número ainda deve subir para 112 mil até o final de janeiro o que, segundo o ministro da Educação, Tarso Genro, representa “um grande avanço”.
É destaque do programa a política afirmativa de cotas. Hoje, de acordo com dados do MEC, os afrodescendentes ocupam apenas 25% das vagas nas universidades públicas federais. Só na primeira edição, o ProUni colocou nas instituições privadas de educação superior 40% de alunos afrodescendentes, sendo que a maioria das bolsas de estudo são integrais. Também serão beneficiados os professores das redes públicas de educação básica que, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), para continuar na atividade a partir de 2006, devem ter licenciatura ou pedagogia. Para ingressar no ProUni os professores não precisam comprovar renda.
Desde a sua criação, o ProUni visa modificar a realidade do ensino superior no Brasil, pois o país figura entre as nações da América Latina com uma das mais baixas taxas de acesso ao ensino superior. Aqui, apenas 9% dos jovens entre 18 e 24 anos estão na faculdade, enquanto no Chile esse número é de 27% e na Argentina, 39%. Atende, ainda, o objetivo do Plano Nacional de Educação, criado em janeiro de 2001, que determina que até 2011 a educação superior seja ocupada por pelo menos 30% da população de jovens nessa faixa etária.
O resultado dos pré-selecionados na terceira etapa do ProUni será divulgado no dia 24 de janeiro. E até o dia 11 de fevereiro, os alunos devem comparecer à instituição de ensino superior, na qual foram escolhidos, para comprovar as informações prestadas na ficha de inscrição. É necessário apresentar carteira de identidade própria e dos demais componentes do grupo familiar; CPF; comprovante de residência dos membros da familia e comprovante dos períodos letivos cursados em escola pública, quando for o caso.
Para a terceira etapa são 16.575 vagas, 12.786 delas destinadas à política de cotas. Estão à disposição dos candidatos 6.441 bolsas integrais e 10.134 parciais, no valor de 50% da mensalidade.
Repórter: Sandro Santos e Ionice Lorenzoni
