O professor Jefferson Cárdia Simões, do Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e seis cientistas chilenos, que participam da 1ª Expedição Latino-Americana Terrestre na Antártica, devem chegar hoje, 30, ao Pólo Sul Geográfico, que é a região mais seca, mais fria e menos conhecida do planeta terra. Jefferson Simões é pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Programa Antártico Brasileiro.
O objetivo principal da expedição é investigar o papel da Antártica nas mudanças ambientais globais, principalmente no controle do clima da América do Sul. O grupo de cientistas chilenos e o brasileiro Jefferson Simões vão coletar amostras de gelo perfurando camadas até atingir 50 metros de profundidade na região que fica entre o Pólo Sul Geográfico, a 90 graus sul, e a base chilena em Patriot Hills, a 80 graus e 18 minutos sul.
A 50 metros de profundidade, estimam os cientistas, poderá se obter gelo formado entre 300 e 400 anos. Com estas amostras eles pretendem melhorar os conhecimentos sobre a evolução química da atmosfera nos últimos quatro séculos. O material coletado vai passar por análises em centros de pesquisas na UFRGS, no Chile e na França. Outro objetivo da missão brasileira é adquirir conhecimentos para planejar e executar missões no interior da Antártica, inclusive uma travessia totalmente nacional em 2007, o Ano Polar Internacional.
O professor Francisco Aquino, também do Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas da UFRGS, está na expedição, mas para desenvolver pesquisas sobre o clima na estação chilena Patriot Hills.
História – O embarque dos pesquisadores brasileiros para a Antártica foi em 27 de outubro. O grupo saiu de Porto Alegre (RS) para Punta Arenas, no Chile. De Punta Arenas, a expedição foi à base chilena de Patriot Hills, na Antártica, e de lá, para o Pólo Sul Geográfico. A sondagem no gelo vai ocorrer no retorno do Pólo Sul Geográfico para Patriot Hills.
A chegada dos pesquisadores ao Brasil deverá ocorrer em 20 de janeiro de 2005. Durante dois meses, os exploradores vão trabalhar e dormir com temperatura de 40 graus negativos e ventos de 160 quilômetros por hora. O meio de transporte para as pesquisas é um trator polar sueco configurado para funcionar abaixo de 60 graus centígrados negativos. O veículo rebocará contêineres com combustível, alimentação, barracas e equipamentos científicos. O andamento da expedição pode ser acompanhado pelo endereço da UFRGS na internet.
Repórter: Ionice Lorenzoni
