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Seminário põe em debate as políticas para ciências da natureza

30/11/2004 

A diretora do Departamento de Políticas de Ensino da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Lúcia Lodi, preside hoje, dia 30, às 14h30, a plenária Ciência nas Escolas e em Espaços Alternativos. O encontro faz parte do Seminário Internacional Ciência de Qualidade para Todos, promovido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que será encerrado amanhã, 1º de dezembro. Estão reunidos especialistas em educação da Finlândia, Argentina, México, Espanha e Reino Unido.

Educadores estrangeiros debatem com autoridades brasileiras as políticas bem-sucedidas em seus países. “O seminário é estratégico. Aqui estamos com diferentes países, que em curto espaço de tempo mudaram radicalmente o ensino de ciências saindo de situações similares à nossa”, explicou Lúcia Lodi. Segundo ela, uma situação de falta de professores, de tratamento formal do ponto de vista do conhecimento, sem apelos e motivação, caracteriza o ensino das ciências da natureza (biologia, química e física) e da matemática, hoje, no Brasil. “Aqui, estamos tomando conhecimento de medidas tomadas por outros países que produziram um salto de qualidade em relação a esses componentes curriculares”, afirmou Lúcia.

Hoje de manhã, Mercedez Martinez Aznar, representante do Ministério da Educação e Ciência da Espanha, falou sobre educação científica para a cidadania na Espanha. Ela destacou a Constituição de 1978, que garante a educação como um direito dos espanhóis, a lei de ordenação geral do sistema educativo, de 1990, e a lei orgânica da qualidade da educação, de 2002. Mercedez disse que na Espanha a educação é obrigatória até os 16 anos de idade e que 100% das crianças até quatro anos estão na escola. “É muito importante incluir as crianças na escola antes mesmo de elas completarem um ano”, comentou.

Na Espanha, onde o governo gasta US$ 4,7 mil por aluno da educação básica, os jovens acima de 15 anos têm acesso a programas profissionais. Os professores são valorizados e há a cultura do esforço, da motivação para a aprendizagem, bem como currículos abertos e flexíveis.

Há problemas, como a heterogeneidade cultural – há salas de aula com alunos, filhos de imigrantes, que ainda não falam espanhol. Mas todos aprendem rapidamente o idioma. “A formação e a valorização dos professores são importantes. Eles são os principais agentes educativos”, disse Mercedez. “Para se obter êxito na educação ou em qualquer projeto escolar é necessário enfrentar a formação do professor com coragem.”

Políticas públicas – Hoje à tarde, além da plenária Ciência nas Escolas e em Espaços Alternativos, será realizada outra, sob o tema Formação de Professores de Ciências, a ser presidida pelo coordenador-geral de ensino médio do MEC, Francisco Potiguara Cavalcante Júnior. Além das apresentações das experiências internacionais, estão sendo realizadas plenárias paralelas, com autoridades brasileiras, sobre políticas públicas relacionadas à ciência nas escolas e em espaços alternativos, formação de professores de ciências e instrumentos para popularização e difusão da ciência no Brasil. Os participantes também debatem estratégias e ações integradas de educação para a ciência e políticas de investimento em educação, ciência e tecnologia no País.

Para o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, o seminário é uma oportunidade para ressaltar a importância da introdução das ciências desde o ensino fundamental no Brasil. “Contribui, ainda, para a construção das bases de uma política pública voltada para o desenvolvimento da educação em ciências”, afirmou.

O seminário é conseqüência da Declaração sobre Ciência e Uso do Conhecimento Científico, conhecida como Declaração de Budapeste, aprovada durante conferência mundial promovida pela Unesco e pelo Conselho Internacional de União Científica (ICSU) em Budapeste e em Santo Domingo, em 1999. O documento afirma que a distinção entre pobres e ricos, sejam pessoas ou países, não ocorre somente pela posse de bens, mas pela exclusão dos benefícios do conhecimento científico.

Organizado pela Unesco e pelos escritórios regionais da entidade para a América Latina e o Caribe, o seminário é patrocinado pelo Instituto Sangari, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), pelo Conselho Britânico e pela Embaixada da Finlândia.

Mais informações na página eletrônica do seminário. 

Repórter: Susan Faria

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