Os parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio, implementados em 1998, são desconhecidos e não orientam corretamente as atividades de ensino, por serem de difícil compreensão para muitos professores. Diante desta constatação, a Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) realiza hoje, dia 9, e amanhã, 10, em Brasília, o seminário nacional Orientações Curriculares do Ensino Médio.
O objetivo do encontro é atualizar os currículos para adequá-los às necessidades dos estudantes, além de definir uma identidade para o ensino médio. Na abertura do seminário, o secretário de educação Básica, Francisco das Chagas, enumerou as principais iniciativas do MEC para melhorar a qualidade do ensino infantil, fundamental e médio. Ele lembrou as quatro prioridades da SEB: redefinição do financiamento da educação básica, com a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb); democratização da gestão escolar; inclusão social e parcerias com entidades e sociedade para debater temas relativos ao ensino básico.
“Esperamos que o seminário provoque uma melhoria no trabalho do professor e, conseqüentemente, no aprendizado no aluno”, definiu Francisco das Chagas. O tema começou a ser debatido há dois meses por educadores e alunos de todo o país, em cinco encontros regionais.
Para o chefe de gabinete do MEC, Ronaldo Teixeira, a interdisciplinaridade é fundamental no processo de atualização dos currículos. “É preciso acabar com a visão tradicional e conservadora da educação. O aluno não precisa mais decorar nomes e datas para ser avaliado”, afirmou.
Capacitação – Para a professora Marli Nascimento Moraes, da rede estadual do Espírito Santo, as mudanças no currículo do ensino médio devem ser realizadas em conjunto com uma política de formação de professores. “Não adianta atualizar o currículo e não capacitar o professor para colocá-lo em prática na sala de aula”, disse.
A professora de arte Maria Aparecida Rosa entende que os novos parâmetros devem sistematizar o conteúdo de sua disciplina. “A arte precisa de uma sistematização para que organizemos o trabalho com as linguagens visual, musical, teatral e de dança”, afirmou.
Repórter: Flavia Nery
