Em 2005, as ações do governo federal na educação estarão voltadas para elevar o nível de escolaridade da população, com foco no ensino médio. Uma das preocupações é suprir a falta de profissionais de formação técnica. Nesse sentido, a integração do ensino médio e técnico vai possibilitar que os alunos concluam o ensino médio com alguma formação profissional. “Hoje, dos dois milhões de alunos que terminam o ensino médio, 1,6 milhão não consegue entrar na universidade e vai procurar emprego sem qualificação profissional”, explicou o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Antonio Ibañez, na reunião do Fórum das Estatais pela Educação, hoje, 14, em Brasília.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou na última semana a regulamentação do Decreto nº 5.154, que definiu orientações para a organização da educação profissional e instituiu a possibilidade de integrar o ensino médio ao ensino técnico. Segundo Ibañez, o decreto vai fazer com que o jovem seja capacitado no ensino médio para entrar no mercado de trabalho. “A integração deve ocorrer no primeiro ano do ensino médio para atender à necessidade de expansão da educação profissional e tecnológica”, disse. Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná assinaram convênio com o MEC e implantaram o ensino médio e técnico integrado este ano.
Fórum – Esta é a terceira reunião temática do Fórum das Estatais, criado em setembro por dez ministérios e 19 empresas, para reforçar o trabalho do MEC em quatro prioridades: alfabetização e inclusão, incentivo à qualidade da educação básica, fortalecimento da educação profissional e expansão da educação superior, eixos em que se baseiam as câmaras temáticas. Foram feitas reuniões de educação básica, alfabetização e educação profissional. No próximo dia 22 de fevereiro ocorrerá o encontro do ensino superior.
O representante da Petrobras, Walter Brito, apresentou os projetos da empresa para capacitação de funcionários e da comunidade. O maior deles, a Universidade da Petrobras, oferece programas de formação de funcionários. “Este ano, a meta é formar 40 mil alunos em cursos presenciais e 30 mil não presenciais”, disse. Segundo ele, os programas de especialização são compatíveis com um mestrado. Já o projeto Jovem Aprendiz vai qualificar 18 mil jovens para o mercado, em três anos.
Isis Silva Pagy, do BNDES, expôs uma parte dos 82 projetos voltados à educação técnica, desenvolvidos pela estatal. “No Nordeste, fizemos uma parceria com o governo local, municipal e o Ministério do Meio Ambiente para construir 12 escolas na região amazônica, voltadas para a agricultura familiar”, informou.
Repórter: Flavia Nery