Com o objetivo de integrar a comunidade acadêmica às comunidades populares, proporcionando a troca de experiências e conhecimentos, o Ministério da Educação lançou hoje, 15, em Brasília, o programa Conexões de Saberes. O programa será, em seu primeiro momento, implementado nas universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), Fluminense (UFF), Minas Gerais (UFMG), Pará (UFPA) e Pernambuco (UFPE). O projeto vai oferecer a universitários de origem popular a chance de desenvolver a capacidade de produzir conhecimentos científicos e de intervir em seu território de origem.
O Conexões de Saberes terá a coordenação de dois professores em cada universidade, além de oferecer 25 bolsas em cada instituição parceira. Os bolsistas terão uma formação na metodologia da pesquisa. Serão selecionadas as áreas populares de intervenção do grupo. Uma das primeiras tarefas será a elaboração de um diagnóstico social das regiões selecionadas, que reunirá indicadores sociais, mapeamento das instituições e suas práticas, demandas em relação às políticas públicas e a identificação das famílias em situação de maior vulnerabilidade social.
O ministro Tarso Genro destacou o compromisso das universidades com as classes populares e a importância da valorização do saber popular e local. "Esse projeto já é um adiantamento, uma experiência da reforma universitária porque ele vincula de uma maneira profundamente inovadora a universidade com os jovens de comunidades de baixo poder aquisitivo e articula um processo de conhecimento", disse o ministro. O titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Ricardo Henriques, salientou o problema dos jovens que se encontram na universidade, mas que têm dificuldades de permanência. Lembrou que a universidade tenta cooptá-los a não assumir sua condição social e racial.
Condições – O programa vem assegurar ao estudante as condições de permanência na universidade e conectar o conteúdo acadêmico ao saber específico, local, popular, que ele tenha adquirido. O pró-reitor de Extensão da UFRJ, Marco Antônio França Faria, disse que o programa se destaca ao tornar o aluno protagonista de transformação em sua comunidade. “Não só ele irá ajudar a universidade a agir dentro da comunidade, como servirá de exemplo para outros jovens. O programa irá consolidar um novo caminho, uma nova possibilidade para os jovens de comunidades populares”.
Participaram do evento Ascendino Silva, professor da UFPE; Marlene Rodrigues Medeiros Freitas, reitora em exercício da UFPA; Mário Portugal Pederneiras, secretário substituto de Educação Superior; Antônio José dos Santos Peçanha, vice-reitor da UFF; e Edilson José Corrêa, pró-reitor de Extensão da UFMG.
Repórter: Sandro Santos
